Existem várias formas de se aplicar na chamada renda fixa. O problema é que geralmente a renda fixa não é tão fixa assim. Explico:
Muitas formas de aplicação em renda fixa (CDB pós ou CDB CDI, LTF do Tesouro Direto, e até mesmo a nova velha poupança) tem sua rentabilidade atrelada à taxa de juros básica da economia, SELIC. O futuro da renda fixa está, portanto, atrelado em parte à variação da taxa SELIC. Digo em parte porque, como discutido anteriormente, o rendimento de um investimento deve também considerar os custos (taxas, impostos, custódia) e a inflação.
Vamos usar como exemplo um CDB CDI ou CDB pós fixado atrelado à variação do CDI. Este é um tipo relativamente popular de investimento em renda fixa oferecido por qualquer banco. Não há taxas e a forma de se comparar um banco com outro é comparando o percentual do CDI acordado em contrato. Vou utilizar 100% do CDI em minhas simulações, valor conseguido com valores acima de R$ 100 000 ou com prazos longos de investimento ou investindo-se em bancos menores e teoricamente mais arriscados. Outra aproximação será considerar o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) idêntico à SELIC.
Um CDB com dois anos de investimento paga 15% de imposto de renda. O imposto é cobrado no momento do resgate, não há come-quotas ou taxas. O rendimento líquido real do investimento é portanto:
RLR = (1+SELIC) x (100%) x ( 1 - 15%) / (1+IPCA)
Sendo:
RLR = Rendimento líquido real;
SELIC = Taxa básica da economia - equiparada ao CDI;
100% = Percentual do CDI contratado;
15% = Tributação IR após 2 anos;
IPCA = Índice de inflação.
Utilizando valores históricos de 2007 a 2011 e valores projetados pelo Relatório Focus do Banco Central para 2012 e 2013 chego ao seguinte gráfico de
rendimento líquido real:
A regressão exponencial tem boa aderência aos valores históricos/estimados e mostra o que pode ser o futuro da renda fixa no Brasil. Um rendimento rendimento líquido real decrescente que deve se estabilizar abaixo de 1% em coisa de 10 anos.
Conclusões:
O investidor de longo prazo terá progressivamente que buscar alternativas mais arriscadas para ver seu capital crescer ao longo do tempo. A renda variável tende a ganhar importância nas estratégias de longo prazo. As estratégias de retirada baseadas em renda fixa precisam ser reavaliadas.
Bom Dia,
ResponderExcluirGostaríamos de lhe fazer uma proposta de parceria, caso tenha interesse em conhecê-la pedimos a gentileza de que entre em contato conosco pelo e-mail divulgacao@jurua.com.br.
Atenciosamente,
Alex Chagas
Juruá Editora