domingo, 6 de maio de 2012

O Futuro da Renda Fixa

Existem várias formas de se aplicar na chamada renda fixa. O problema é que geralmente a renda fixa não é tão fixa assim. Explico:

Muitas formas de aplicação em renda fixa (CDB pós ou CDB CDI, LTF do Tesouro Direto, e até mesmo a nova velha poupança) tem sua rentabilidade atrelada à taxa de juros básica da economia, SELIC. O futuro da renda fixa está, portanto, atrelado em parte à variação da taxa SELIC. Digo em parte porque, como discutido anteriormente, o rendimento de um investimento deve também considerar os custos (taxas, impostos, custódia) e a inflação.

Vamos usar como exemplo um CDB CDI ou CDB pós fixado atrelado à variação do CDI. Este é um tipo relativamente popular de investimento em renda fixa oferecido por qualquer banco. Não há taxas e a forma de se comparar um banco com outro é comparando o percentual do CDI acordado em contrato. Vou utilizar 100% do CDI em minhas simulações, valor conseguido com valores acima de R$ 100 000 ou com prazos longos de investimento ou investindo-se em bancos menores e teoricamente mais arriscados. Outra aproximação será considerar o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) idêntico à SELIC.

Um CDB com dois anos de investimento paga 15% de imposto de renda. O imposto é cobrado no momento do resgate, não há come-quotas ou taxas. O rendimento líquido real do investimento é portanto:

RLR = (1+SELIC) x (100%) x ( 1 - 15%) / (1+IPCA)

Sendo:

RLR = Rendimento líquido real;
SELIC = Taxa básica da economia - equiparada ao CDI;
100% = Percentual do CDI contratado;
15% = Tributação IR após 2 anos;
IPCA = Índice de inflação.

Utilizando valores históricos de 2007 a 2011 e valores projetados pelo Relatório Focus do Banco Central para 2012 e 2013 chego ao seguinte gráfico de  rendimento líquido real:


A regressão exponencial tem boa aderência aos valores históricos/estimados e mostra o que pode ser o futuro da renda fixa no Brasil. Um rendimento rendimento líquido real decrescente que deve se estabilizar abaixo de 1% em coisa de 10 anos.

Conclusões:
O investidor de longo prazo terá progressivamente que buscar alternativas mais arriscadas para ver seu capital crescer ao longo do tempo. A renda variável tende a ganhar importância nas estratégias de longo prazo. As estratégias de retirada baseadas em renda fixa precisam ser reavaliadas.

Um comentário:

  1. Bom Dia,

    Gostaríamos de lhe fazer uma proposta de parceria, caso tenha interesse em conhecê-la pedimos a gentileza de que entre em contato conosco pelo e-mail divulgacao@jurua.com.br.

    Atenciosamente,
    Alex Chagas
    Juruá Editora

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